Após mais de um ano decidi retomar o blog! Não o fiz antes por falta de tempo, embora tenha escrito de vez em quando, só não conseguia postar.
Para iniciar, gostaria de comentar uma matéria da Folha de São Paulo que o Shoes postou hoje no seu facebook.
O post foi a respeito dos comentários das pessoas sobre a matéria. Esses comentários atribuíam a necessidade da vinda de força de trabalho estrangeira a falhas no sistema de ensino! O Shoes classificou os comentários como xenófobos porém não acredito que isso seja xenofobia e tampouco credito mérito aos comentaristas.
Senão é xenofobia e não é falha no sistema de ensino qual é o problema então? Pois bem, eu acredito que o problema seja medo devido ao despreparo (não que nosso sistema de ensino seja modelo)!
As pessoas tem medo devido a diversos motivos mas uma coisa que eu notei durante os anos que trabalhei em diversas empresas é que as pessoas despreparadas tem medo de pessoas competentes (que novidade né) e o mercado está entupido de pessoas despreparadas.
"Ah, o mercado está assim porque o sistema de ensino é uma droga!" MENTIRA! O sistema ensino pode ser uma droga mas o mercado não esta assim só por isso. Há uma profunda falta de mão de obra devido a falhas no ensino. Forma-se um percentual mínimo de profissionais em áreas de tecnologia como engenharia e computação porém, as que se formam, as ditas pessoas qualificada, não atendem a requisitos mínimos e cabe as empresas "qualificarem" sua mão de obra!
"Então, isso é falha no ensino! As faculdades e universidades formam mão de obra despreparada!" De novo, MENTIRA! A faculdade é um meio simbiótico! Nem tudo depende dela, é um misto entre aluno e professor. Ao professor cabe mostrar o caminho das pedras ao aluno cabe expandir o conhecimento adquirido! A universidade não tem como ensinar TUDO que o aluno deve saber para estar apto ao mercado de trabalho! Cabe ele adquirir o conhecimento restante, só que isso não ocorre! Um retrato disso aconteceu comigo esses dias; um colega, após certo tempo em cima de um código, me perguntou por quê ele não conseguia sobrescrever determinadas funções de uma classe que ele estava estendendo! Ao analisar o código rapidamente notei que as funções que ele tentava sobrescrever haviam sido declaradas como privadas na classe ancestral!!!! Para aqueles leitores que não são programadores, uma função privada não pode ser sobrescrita em uma classe que herde da classe que declare essa função! Confuso? Pois basta saber que isso é conhecimento básico de programação, é como saber multiplicar.
Esse colega se formou em engenharia da computação pela UFURGS, uma das universidades mais conceituadas do brasil, porém comete um erro tosco desses. Então que discrepância é essa em que o ex-aluno de uma respeitada universidade comete um erro tão estúpido desses? Seria uma falha no sistema de ensino?
Não! O problema está no ex-aluno! Ele em conversa informal com outros colegas disse que nunca havia lido um livro em sua vida, seja um romance ou um livro técnico! Tudo bem, cabe a escola estimular a leitura, mas, mesmo agora trabalhando e com toda a dificuldade que ele encontra, não se dedica a aprimorar o seu conhecimento.
A empresa o contratou inicialmente como estagiário por que era o "menos pior" de uma longa leva de entrevistados e investe em sua formação por que não acha nada melhor no mercado!
O mercado de trabalho está cheio desses profissionais qualificados, só que não! E isso não é mérito somente do brasil, a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada não é só nossa, vide esse post do Fabio Akita que fala de uma visita dele a diversas startups européias, inclusive a Sound Cloud na qual atua o Shoes. Ele notou a presença nessas empresas de profissionais de diversos países justamente devido a escassez de mão de obra e olha que ele estava na Alemanha que possui um sistema de ensino primoroso.
Esse despreparo da nossa mão de obra cria o medo da "concorrência"! O país, ao permitir a entrada de mão de obra estrangeira qualificada ameaça a soberania dos "+ ou -" que infestam o mercado de trabalho! Só que o Brasil necessita de mão de obra qualificada de verdade e não desses profissionais pseudo qualificados. Seja bem vinda a mudança!
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